Em visita ao Diario de Pernambuco nesta sexta-feira (5), o vice-presidente da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o médico pernambucano Jarbas Barbosa, foi recebido pelo presidente do jornal, Maurício Rands e comentou sobre o termo de cooperação entre a OPAS e o governo de Pernambuco. O documento, que será assinado nesta tarde, diz respeito a uma série de ações que pretendem reduzir a mortalidade materna e aumentar a cobertura vacinal contra o papiloma vírus (HPV), principal causa do câncer do colo do útero.
Foto: Blenda Souto Maior
Vinculado ao Projeto de Qualificação do modelo de atenção à saúde do Estado de Pernambuco, o acordo terá orçamento de R$ 5,5 milhões, dos cofres estaduais e será cumprido até o final de 2020. Estarão envolvidos especialistas do quadro técnico da OPAS, tando da sede, localizada em Washington, nos Estados Unidos, como da representação da Organização em Brasília. Esses profissionais farão treinamento das equipes de médicos e enfermeiras para prevenir, controlar e tratar a hemorragia obstétrica.
Jarbas Barbosa conta que um projeto piloto bem-sucedido já foi realizando no município de Balsas, no Maranhão. "Nós estamos muito satisfeitos com esse termo de cooperação exatamente pelo papel de Pernambuco em toda a região. Há outros estados do Nordeste também com interesse. Já temos termo de cooperação com a Bahia e com o Maranhão tratando de outros temas. E eu tenho certeza que a assinatura desse termo vai estimular outros estados do Nordeste" diz.
Entre as ações que devem ser realizadas na rede pública de saúde está uma técnica de controle da hemorragia durante e após o trabalho de parto, evitando a mortalidade materna. De acordo com a OPAS, aproximadamente 830 mulheres morrem todos os dias por causas evitáveis relacionadas à gestação e ao parto em todo o mundo. Entre 1990 e 2015, a mortalidade materna no mundo caiu cerca de 44%. E um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é reduzir a taxa global de mortalidade materna para menos de 70 por cada 100 mil nascidos vivos, entre 2016 e 2030.
"Hemorragia é a principal causa de morte na gravidez, durante o parto ou no pós-parto. Nós temos uma tecnologia desenvolvida em trajes que garantem pelo menos duas horas adicionais para estancar a hemorragia até que a mulher receba o cuidado. É fantástico para salvar vidas porque quando a hemorragia é grave a mulher morre em minutos", explica o vice-presidente da OPAS.
Via: Diário de Pernambuco
Por: Simone Novaes