terça-feira, 4 de setembro de 2018

Jungmann firmará acordo com a FAB e a Marinha para controle das fronteiras


   O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, anunciou nesta terça-feira (4/9) que o governo federal vai firmar três medidas nos próximos dias para tentar combate ao contrabando e à pirataria nas fronteiras. Entre as estratégias está o acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB) de monitoramento do espaço aéreo das fronteiras entre o Paraguai e a Bolívia, a fiscalização entre os portos do Rio de Janeiro e do Espírito Santo por meio de um reforço da Marinha do Brasil e a criação de uma plataforma virtual, em parceira com a ONU, que hospedará dados nacionais de segurança pública.

(Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press)

"É preciso ação integrada no âmbito da inteligência, da diplomacia e do legislativo para reforçar a segurança pública no país. Isso porque parte dos nossos problemas são plurais e complexos, ou seja, uma única ação nacional não dará conta de combater o mercado ilegal e seus desdobramentos", acrescentou. O contrabando e a pirataria, segundo o ministro, resultam em uma perda para o sistema brasileiro de R$ 370 bilhões ao ano - não apenas em âmbito fiscal, mas no setor de empregos. 

    Durante o seminário "Correio Debate: 10 medidas contra o mercado ilegal: os três poderes unidos no combate ao crime organizado", realizado pelo Correio, Jungmann ressaltou a dificuldade do governo em fiscalizar as fronteiras do país, que somam 17 mil quilômetros e se configura como a terceira maior fronteira do mundo. "São 11 estados do nosso lado e 10 países de outro. Desses, ao menos quatro são produtores de drogas. Na nossa fronteira norte, a baxia amazônica é composta por rios de penetração, que trazem produto de fora para dentro do país", justificou. 

Outro fator de preocupação para o ministro é o da internacionalização das facções criminosas. O PCC, um dos maiores grupos de crime organizado do país, não só se estabeleceu como uma quadrilha nacional, como ultrapassou fronteiras terrestres e se firmou em países da América do Sul. "Hoje, essa facção tem seus recursos enviados via cabo para um país vizinho, via doleiros, para fugir do controle do sistema financeiro nacional. Isso aponta que esses tipos de crime não se resolverão com estratégia nacional". 


Via: Diário de Pernambuco

Por: Simone Novaes

Simone Novaes

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