O Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha é celebrado dia 25 de julho.
Em 1992, um grupo de mulheres negras oriundas dos países da América Latina reuniu-se em Santo Domingos, na República Dominicana, para a realização do primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas.
Ali discutiram problemas que afetam a todas as mulheres em geral como machismo, formação educacional e profissional, maternidade.
No entanto, também trataram de questões específicas como o racismo, preconceito e a situação de inferioridade que se encontram em relação às mulheres brancas
A fim de chamar a atenção para esta problemática, criaram em 15 de julho como Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha. Por sua vez, a ONU reconheceu a data no mesmo ano com o objetivo visibilizar a luta dessas mulheres no continente.
A América Latinha recebeu uma grande parte de africanas escravizadas que moldaram o modo de ser do continente. A mulher negra foi cozinheira, parteira, enfermeira, mas também sofria da violência sexual por parte dos brancos.
Graças aos seus conhecimentos, a mulher negra manteve o idioma, as tradições e a religião africana vivos entre outras pessoas escravizadas.
No entanto, sofrem cotidianamente todo o tipo de violência e preconceito por serem mulheres e negras que as impedem de aceder à educação e a melhores postos de trabalho.
Personalidades Negras Latino Americanas e Caribenhas
A história da América Latina foi embranquecida quando foi escrita, mas sobram exemplos de mulheres negras lutadoras que deixaram sua marca no tempo em que viveram. Eis alguns exemplos:
- María del Tránsito Sorroza, séc. XVII, parteira, foi liberta em 1646, devido a sua competência profissional. Equador.
- Tereza de Banguela (?-1770) - rainha do Quilombo de Quariterê. Brasil.
- Cécile Fatiman (1791), sacerdotisa vodu e ativista política. Haiti.
- María Remedios del Valle (1776-1847), capitã do exército. Argentina
- Victoria de Santa Cruz (1922 - 2014), poeta, coreógrafa, desenhadora. Peru.
- Epsy Campbell (1963) – vice-presidente da Costa Rica, desde 1º de abril de 2018. Costa Rica
- Gloria Rodríguez (1964), 1º deputada negra no Uruguai.
- Ely Meléndez, economista, consultora do BID, ativista feminista. Honduras.
- Sandra Abd’Allah-Alvarez Ramírez (1973), escritora e ensaísta. Cuba.
- Dilia Palacios (1977), ativista política. Guatemala.
- Carolina Indriago (1980), primeira miss Venezuela morena, apresentadora e modelo. Venezuela.
- Mercedes Argudin Pacheco, feminista. Chile.
- Betty Garcés (1986), soprano. Colômbia.
Frases para o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha
"As pessoas falam que a questão do racismo melhorou, mas como artista, mulher negra, nascida na comunidade, afirmo que não melhorou. É muito fácil para quem não passa pelo preconceito, falar. É aquela história de 'quem bate esquece, mas quem apanha leva para vida'" - Roberta Rodrigues, cantora.
“Não esmoreço, não perco o ânimo, porque acho que isso é o mais importante. Cresci em uma família muito consciente, de pais militantes, que sempre me orientaram. Eu sei dos meus direitos” – Maria Julia Coutinho, jornalista.
Ser mulher e negra é a minha essência e não a minha sentença.
Por: Simone Novaes