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A concorrência das fintechs e seus serviços financeiros sem custos não foi suficiente para deter o crescimento do peso das tarifas bancárias sobre o orçamento das famílias.
A nova edição da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), divulgada nesta sexta-feira (4) pelo IBGE, que mapeou os hábitos de consumo dos brasileiros, mostra que cresceu 150% a fatia da renda dos brasileiros destinada aos bancos em um período de quase dez anos.
Em 2018, esse custo consumia 1% da renda das famílias, ante 0,4% no levantamento anterior, realizado em 2009.
Nesse intervalo de tempo, cresceu 34% o número de cartões de crédito ativos no sistema financeiro.
As tarifas de anuidade avançaram ao redor de 80%, já descontada a inflação, segundo dados do Banco Central, divulgados no mês passado. Isso ocorreu mesmo com a ascensão dos cartões isentos de anuidade nos últimos anos, em resposta.
Houve também expansão no uso dos cartões de débito, 67%, que pode funcionar como uma medida do crescimento da bancarização, já que movimentam contas corrente, poupança e salário.
O Banco Central não tem uma série tão longa de inclusão financeira, mas mostrou que, em 2017, 86,5% dos brasileiros com mais de 15 anos tinham uma conta bancária.
Ainda que alguns dados do BC comecem a indicar uma desconcentração do setor financeiro em ativos e crédito, os cinco maiores bancos -Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander- ainda têm cerca de 80% do mercado.
E foi justamente nesses quase dez anos, que abarcam bonança e uma recessão econômica, que eles elevaram tarifas de serviços para acima da inflação.
A medida serviu para compensar a menor receita com crédito, já que estavam pouco dispostos a emprestar em um cenário de risco de calote pelo desemprego elevado.
Isso fica demonstrado no crescimento das receitas dos bancos com tarifas nesse período, que também mais que dobrou. No caso do Bradesco, a alta é de 169% -ante uma inflação acumulada no período é de 70%.
Via: Diário de Pernambuco